A proposta de parceria público-privada possui um modelo centralizado e sustentável.
O funcionamento eficiente de um hospital depende de muitas variáveis. A roupa limpa é uma delas. Mas ao contrário do que ocorre com a roupa que usamos no dia a dia, nos hospitais, a reutilização exige maior rigor e uma normatização prevista pelo Ministério da Saúde. Este é o objetivo do projeto de parceria público-privada (PPP) que prevê a construção de centrais de processamento de roupas de serviços de saúde e esterilização de produtos para a saúde da rede pública. “O projeto garantirá conforto e segurança do paciente e das equipes de trabalho, além de racionalizar tempo e material e promover uma redução de custos operacionais”, diz a superintendente de Parcerias e Concessões (Suparc), Viviane Moura.
A literatura especializada aponta que roupa suja pode conter uma grande quantidade de microrganismos, como bactérias, que vão de 106 até 108 bactérias por 100 cm² de tecido. A não adoção de práticas eficientes de lavagem e esterilização impacta o controle das infecções hospitalares. Inicialmente, oito unidades de saúde serão contempladas com a implantação da PPP. Dentre elas, o Hospital Getúlio Vargas, o Instituto de Doenças Tropicais Nathan Portela e a Maternidade Dona Evangelina Rosa que passarão a ter processos padronizados de esterilização dos enxovais e produtos utilizados nos leitos e centros cirúrgicos.
Para Elna Amaral, diretora técnica do Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela (IDTNP), esterilização é um ponto importante da saúde. "A central de material e esterilização é de extrema importância dentro do ambiente hospitalar. É uma unidade de apoio à assistência e que assegura as boas condições de todos os artigos para atendimento do paciente. Sem uma CME de qualidade, o risco de infecção hospitalar aumenta muito, uma vez que sem ela não podemos garantir a higienização e esterilização adequada dos materiais de uso hospitalar”, considera.
Outro benefício dos processos de reutilização propostos pela PPP é a sustentabilidade. “A otimização do processo evitará o desperdício de material de esterilização, aumentando a vida útil dos equipamentos e contribuindo com o meio ambiente”, explica a superintendente.
A PPP prevê a contratação dos serviços pelo período de 20 anos e está em fase inicial, com proposta de ser levada à consulta pública. Serão investidos, inicialmente, mais de R$163 milhões em obras e aquisições de equipamentos. Por ano, ao longo da concessão, devem ser investidos cerca de R$78 milhões. Com a implantação da PPP, os cofres públicos do Estado do Piauí devem economizar até R$5,4 milhões por ano e cerca de R$455 mil ao mês em esterilização, que hoje é feita dentro das próprias unidades.